quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Agradecimentos

Criámos este espaço no nosso blog afim de agradecer às pessoas que nos ajudaram na concretização deste projecto. Sem a sua ajuda, o nosso projecto não teria, certamente, o mesmo sucesso.
Agradecemos, primeiramente, às nossas professoras de Área de Projecto, Fátima Guerra e Lurdes Amaro, por pelo seu empenho na orientação do nosso projecto, e nos terem disponibilizado os meios intrínsecos à escola necessários à realização do mesmo.
Por outro lado, também pretendemos agradecer ao Sr. Rui Fonseca, fisioterapeuta da Rosiclínica, pela sua gentileza em nos conceder as entrevistas presentes neste blog.
Desejaríamos agradecer a simpatia e a disponibilidade dos directores de turma das turmas 7ºF, 8ºC e 9ºA - Sandra Cabrita, Maria João Cunha e Jorge Nunes, respectivamente -, assim como aos seus alunos, pela sua preciosa colaboração no nosso estudo.
Finalmente, mas não menos importante, gostaríamos de agradecer à nossa colega Sara Fernandes, não só por nos ter fornecido um contacto - que infelizmente não chegámos a utilizar -, como também por nos ter emprestado uma balança digital, objecto fulcral para a realização do nosso estudo.

Entrevista ao Fisioterapeuta: Rui Fonseca

1ªParte da Entrevista ao fisioterapeuta:



1. Entrevistador - Começando pelos acidentes desportivos, qual/quais os desportivos maiores causadores de lesões?

Entrevistado – É assim, naturalmente os desportos mais massificados, os mais vulgares, são aqueles que têm mais casos, em Portugal. Temos o caso do futebol, é a grande modalidade que trás mais casos aqui, não quer dizer com isto que, o futebol seja um desporto violento. Porque há desportos com taxas de incidência muito mais graves de acidentes desportivos do que outros, e o futebol comparado com o número de lesões, ao número de praticantes nem sequer é considerado um desporto com grande carga de lesões. Há, sei lá, o Rugby o motocross, o box, há uma série de modalidades, que têm uma taxa de incidência de lesões muito mais alta que o futebol, agora em Portugal e aqui concretamente, aparecem muitos casos de lesões desportivas ligadas ao futebol, mas não só, há outras, mas essa de facto é a maior.

2. Entrevistador - Dentro desses desportos, quais são as principais lesões desportivas? E quais os tratamentos associados às mesmas?

Entrevistado – É assim, em relação ao futebol, temos alguns grupos de lesões, grupos de lesões musculares, rupturas musculares, distensões musculares, e outras lesões mais complicadas, nomadamente a ligamentar, o joelho e futebol é uma das articulações mais…????.tudo o que é articulação do joelho, a tíbio-tacica, portanto a do pé também é muito lesada, mas depois têm coisas dependendo do gesto desportivo, assim as lesões aparecem, há muitas lesões de ombro ligadas por exemplo ao futebol, ou aos lançadores, os nadadores por exemplo, também têm muito mais lesões de ombro do que de perna, depende muito da modalidade, e também depende muito do gesto desportivo que essa modalidade provoca, que implica que vai provocar desgastes, ou pancadas no caso de haver traumatismos, p.ex no basquete, não há traumáticas praticamente nenhumas, ou não deveria haver, porque o contacto é proibido! Não é? Agora há problemas por exemplo, no basquete na tíbio-tarcica, por causa dos saltos e do amortecimento das quedas, quando os sapatos, ténis não são de boa qualidade, uma série de coisas.

3. Entrevistador - Pode referir as idades em que mais frequentemente ocorrem esses problemas?

Entrevistado – Nós aqui temos de tudo! Temos estudantes, até da Stuart Carvalhais, de quem estuda aqui perto, 16, 17 anos, como temos veteranos, até como que o Senhor Ferreira Dias, esteve ligado ao Sporting, durante alguns anos, conheceu lá muitos antigos jogadores, e isto já foi à alguns anos, que hoje fazem parte da equipa de veteranos e que continuam a servir-se da Clínica e dos nossos trabalhos, para as lesões que eles têm nos veteranos. Nos últimos três mais nova, e de casos de algumas moças, como de meia-idade, dos 30 também, já tratei aqui professores de educação física que fizeram lesões no decorrer das aulas, acontece a todos…e também na casa dos trinta anos. Naturalmente que há neste tipo de reabilitação de bairro e entendamos que isto não é um centro de primeira linha, não é um centro ligado à medicina desportiva, e um centro que é abrangente, pelos tratamentos todos, temos aqui, esta incidência de gente mais velha, porque é quando vêm para casa, que residem aqui, que fazem as suas modalidades ou que fez que teve lesões, que gosta de bater o pontapé na bola, e vai dando cabo do joelhito, uma entorse e recorre a este género que não tem a dimensão de um centro de medicina desportiva.


4. Entrevistador - No que toca aos acidentes de trabalho, quais os principais danos (físicos ou psicológicos)?

Entrevistado – Há de tudo! É assim, a reabilitação pretende acima de tudo, primeiro chamar ou trazer o acidente dado para a vida e para a vida em sociedade e depois em ultima instância para a sua profissão se assim for possível. Houve aqui alguns casos e tenho aqui alguns casos de pessoas que tiveram acidentes de trabalho, uns com reinserção muito boa, outros que deixam de poder trabalhar naquela profissão que até aí sempre fizeram, ou seja ficam com incapacidades. Nos casos em que os acidentes de trabalho são simples, pequenas lesões, quedas, entorses, não têm uma gravidade muito grande, onde não está em causa, ou onde não foi posto em causa a dignidade naquele emprego, não há praticamente danos psicológicos, porque, a pessoa está numa fase de tratamento, sabe que quando tiver curada irá retomar a sua profissão e o seu emprego, portanto, não apresenta normalmente danos psicológicos. Quem fica com muitas incapacidades, isso sim, há que também reequilibrar essas pessoas no sentido de, é um tratamento que aqui também se tem de ter em atenção, um tratamento psicológico, que acaba por ser muitas vezes, o padre desses doentes, porque abrem o coração dizem as suas mágoas, ou porque o seguro normalmente nestes casos são abrangidos por seguros de acidentes de trabalho que não abrange tudo, ou porque, os médicos do seguro vêm o casos como sendo uma coisa simples, e as pessoas fazem sempre os casos como sendo uma coisa complicada, pronto, mas de qualquer modo, há casos aqui de algum dramatismo, como casos de algum sucesso. Por exemplo, um piloto da TAP que por causa de um acidente de moto, não foi de trabalho, mas foi de moto, no caminho do trabalho para casa, o evitasse de poder conduzir e fazer a sua profissão, que é de ser piloto, foi o casos de um ano e quase meio de tratamento, perdeu inclusive o brevee teve um problema de uma mão, e depois mais tarde conseguiu recuperar o brevee hoje é um dos nossos pilotos da TAP em funções sem limitação nenhuma, mas durante esse período em que não se sabia se poderia ou não poderia, há com certeza danos psicológicos muito fortes, porque as pessoas vivem numa ansiedade constante.

Entrevistador – Isso também pode dar mais força às pessoas, também…

Entrevistado – neste caso deu, pronto a pessoa conseguiu passar por cima dessas coisas e hoje está completamente reabilitado, tem uma ligeiríssima incapacidade, mas não conflitua com a sua profissão.


5. Entrevistador – Pode referir quais os sectores de trabalho mais afectados? E em que faixas etárias mais ocorrem?

Entrevistado – Pois quer dizer, aqui não temos muitos casos, é assim, tenho aqui, posso dizer praticamente só homens, não tenho aqui uma estatística, ligados ao sector dos transportes, ou motoristas, pilotos, motoristas de camiões, mas é difícil porque a minha base de dados é muito curta para poder estar a responder a essa pergunta com algum, enfim, algum valor científico.


6. Entrevistador – Pode mencionar os principais acidentes domésticos?

Entrevistado – Pois, os acidentes domésticos, normalmente aqui, é verdade que nós trabalhamos numa zona residencial, tem que ver com idosos, quedas, quedas às vezes com alguma gravidade, enfim, fruto de alguma tontura momentânea, que caiu do banco e ia pegar nalguma coisa. As quedas são fundamentalmente aqui com traumatismos directos, da área ortopédica, fracturas e depois reabilitações dessas fracturas.

Entrevistador – Ok. Portanto, na 7ª e 8ª pergunta quais são as faixas etárias, que estão envolvidas nestes tipos de acidentes, e os tipos de traumatismos que afectam essas pessoas, pronto, normalmente é mais os idosos, não é…

Entrevistado – Também tenho aqui alguns casos mas não são domésticos, o que no fundo não responde à pergunta…


9. Entrevistador – Outro problema que leva à reabilitação são algumas doenças. Quais as mais usuais nos pacientes?

Entrevistado – Isso é assim, nós temos na área da reabilitação, temos de dividir isto em grandes grupos, vocês já perceberam que é a fisioterapia, tenho um grande grupo que são da ortopedia, (ossos, músculos e articulações), esse é, digamos o grande, o mais conhecido, da reabilitação, depois temos um grupo ligado a doenças degenerativas inflamatórios, nomeadamente, artrites reumatóides, portanto, dessa faixa da reumatologia, e temos um outro grande grupo de neurologia, o de neurologia tem que ver com os AVC’s, fundamentalmente são doentes que tiveram um acidente vascular cerebral, há alguns casos neurológicos de doenças que não são muito comuns também, porque também tem que ver com o avançar da idade da nossa população. Os aparecimentos de doentes com princípios de Alzeimer, com princípios de Parkinson, e portanto a sua reabilitação no sentido de lhe dar alguma manutenção e treino para evitar, que a doença se propague com mais rapidez, é nessa base. Na base dos AVC’s é tentar a sua reabilitação, há AVC’s de todos os tipos, não há nenhum caso igual, todos são casos distintos, e portanto têm desde os mais simples que quase não deixa sequelas ao mais complicado, que deixa gente acamada e nem sequer pode vir aqui, há de tudo…


10. Entrevistador – Em que idades se manifestam mais frequentemente? Já está respondida...

Entrevistado – Vamos lá ver, os desportivos, vocês têm de perceber, tudo o que é acidentes desportivos, é os jovens que andam mais dados a chutos na bola, os outros os normais de trabalho é a faixa média de quem trabalha e depois todas as outras doenças mais degenerativas, mais de desgaste, as artroses, já são para as pessoas de uma faixa etária mais avançada, mas aqui neste tipo de instalação temos porque estamos num bairro, temos muitas coisas de tudo, mas fundamentalmente, temos aqui uma população mais idosa.


11. Entrevistadores – Partindo agora para os acidentes de viação, que como sabemos, são um problema muito frequente em Portugal. Quais os danos mais usuais após um acidente de viação?

Entrevistado – Pois é assim, o que eu posso responder a isso pela minha outra experiência, não daqui, como vocês percebem, esta clínica não tem capacidade de acesso a cadeiras de rodas, tem esta objecção e portanto, não é possível, e nós aqui não tratamos grandes acidentados, grandes poli traumatizados, quando o acidente é grave. Quando o acidente não é grave, normalmente não vem nas estatísticas, quando o acidente é grave há sempre um poli traumatismo, um poli traumatismo, como o próprio nome indica, são vários ossos que se partem, quando esses ossos são por exemplo uma coluna vertebral normalmente dá problemas neurológicos, porque as pessoas ficam em cadeiras de rodas, aquilo que é a minha experiência na fisioterapia e já lá vão 23 anos, é que nos jovens acidentados, os acidentes de viação são os que normalmente ficam em piores condições, as pessoas da faixa etária dos 25 aos 40, ou dos 25 aos 50, normalmente têm acidentes de viação, podem ter poli traumatismo, mas é uma perna partida e um braço partido ou a cabeça que bateu no vidro ou coisa assim, grandes acidentados normalmente encontram-se nos centros de medicina de reabilitação, por exemplo Alcoitão, Curry Cabral, são jovens muitos deles acidentes de mota, nós não contabilizamos muito isso mas os acidentes de mota provocam na maior parte dos casos, por muito simples que sejam o acidente de mota dá logo grandes problemas. É evidente, se eu tiver 18 anos e tiver uma mota, ou tiver 18 anos e tiver um carro, se eu for acidentado de carro ainda tenho muita chapa que me protege, se for de mota não! Pronto esta é que é a diferença, apesar de se dizer, ah mas há menos acidentados de mota, há menos motas também nas estradas, portanto ultimamente o que é que se tem visto, eu acompanhei uma transformação na área das motas, até porque estive ligado ao moto-cross, também por esse motivo, mas acompanhei uma evolução que foi aquilo que era a motorizada do antigamente de á vinte e tal anos, que eram motorizadas que não tinham sequer suspensão, que tinham molas de suspensão duríssimas que numa curva e batia uma pedrinha e caia para o chão, hoje a técnica também de construção dos próprios motociclos já evoluiu de forma a que já haja mais defesa a travagem é feita com maior segurança, enfim à vinte e tal anos uma travar uma 50, mesmo a 30 à hora andava 50 metros, hoje se calhar trava-se a 100 numa 50 hoje e anda 5 metros, pronto é muito diferente, há um conjunto de técnicas que evoluiu que ajudou a que não houvessem tantos acidentes de motorizadas nem de motas, mas por outro lado, tenho consciência também que muitas vezes, não há mota que resista nem há técnica que resista porque depois, só acontece aos outros aquele dia que nos acontece a nós, esse é que é o grande problema, a consciência, o civismo ainda não existe nessa faixa, é natural o sangue na guelra da gente mais nova permite esse estado de espírito também.


12. Entrevistador – Normalmente, que faixas etárias saem mais prejudicadas, neste tipo de problemas? Respondeu-nos também à 12ª pergunta, depois passamos à 13ª pergunta.


13. Entrevistador - Atendendo à vossa experiência profissional, qual destas causas é a mais surge nos vossos pacientes?

Entrevistado – Aqui são mais doenças degenerativas, e por quê? Porque estamos inseridos numa zona residencial já com alguns anos, esta fase de Massamá já é uma cidade com população que tem, 20 anos mais ou menos. A faixa etária das pessoas que habitam aqui já andam nos 50 e muitos 60 anos, já é tudo reformado, e portanto, maioritariamente o que vem aqui à nossa fisioterapia é gente com doenças degenerativas, artroses, problemas de ombros, musculares, enfim problemas ligados à idade à geriatria. Dos traumáticos, dos acidentes desportivos, porque temos uma pessoa que teve muito tempo ligada ao desporto e tem muitos conhecidos nessa área. Os acidentes de trabalho porque temos algumas convenções com seguros também traz, porque tendo convenções com seguros, os seguros são normalmente feitos dos acidentes de trabalho, e são segurados e portanto, vêm cá fazer tratamentos por essa via também. Digamos, a maior parte são doenças degenerativas.


14. Entrevistador - A reabilitação é acessível a todos os grupos sociais?

Entrevistado – É. É acessível! É uma pergunta gira…Agora no nosso caso, como nós não temos convenção com o Serviço Nacional de Saúde, esta clínica, quem tiver dependente do Serviço Nacional de Saúde para fazer a reabilitação, não pode estar aqui, nos nossos serviços e o problema é esse. Os centro de fisioterapia, os centros de reabilitação que existem no nosso país, que tenham convenção com o Serviço Nacional de Saúde, que funcionam, a más horas e a preços tão baixos, que muitas vezes acontece, que ninguém é bem tratado nesses Centros, e depois não há grande fiscalização. Eu prefiro trabalhar, e já trabalhei em muitos sítios, eu prefiro trabalhar neste local que não tem convenção com o Serviço Nacional de Saúde, mas sei que tem tratamento personalizado a cada doente que aqui vem, naturalmente se calhar me custará mais se não tiver outra oportunidade que não seja o Serviço nacional de Saúde, porque terá de pagar directamente, os nossos preços no fundo não divergem muito, daquilo que é uma outra tabela que é a tabela dos funcionários públicos, que aí temos convenção, ou seja, não prejudicamos as outras pessoas em relação aos funcionários públicos com que temos convenção, que é a ARSE, aplicando-lhes o mesmo valor, agora, não são os mesmos valores do Serviço Nacional de Saúde. Não sei o que querem dizer, se é muito caro, se é acessível? Se calhar consegue-se para a maior parte das patologias consegue-se fazer tratamentos diários, com o custo de dois maços de cigarros, se isto for algum termo de comparação, portanto, quem fuma não pode dizer que vir aqui fazer fisioterapia é muito caro. Esta é a ideia que eu quero dar, é que com 7, 6, 8 euros consegue-se fazer 3 tratamentos diferentes, massagem, calor, ultra-som. Quem tiver outros acordos (Médis) paga os tratamentos aqui e depois apresenta nessas empresas para ser reembolsado. Há muitas pessoas que entendem que não devem estar a investir esse dinheiro no tratamento e querem que a empresa que presta o serviço faça contas directamente com o caso da Medis por exemplo. Neste momento estamos em negociações para isso, mas temos alguns seguros, temos a ADSE, mas a ADVANCE CARE, Medis todos esses cartões de saúde, que é uma coisa que só muito recentemente é que se começou a instalar, essas convenções são estabelecidas normalmente por essas empresas, elas não aceitam todas as clínicas, aceitam algumas numa zona, mas se tiverem mais que uma quantas já não querem, aceitam as que lhes dão mais condições, isto aqui tem tudo haver com a economia. Se a Medis poder gastar pouco em Massamá, com os clientes que tem dos seus cartões em Massamá, aliás, por isso é que se vê muitas vezes, as tais clínicas que têm convenções com o Serviço Nacional de Saúde, ou seja aquelas que tratam 10 vezes por hora a terem as convenções com a Medis porque são mais baratas.


15. Entrevistador - Podem estimar uma média dos custos dos tratamentos, dependendo da lesão para os utentes? E para o Serviço Nacional de Saúde?

Entrevistado – Pronto, é assim como eu lhe digo, eu posso tentar dar-lhe um exemplo, que para o Serviço Nacional de Saúde uma Massagem, demorará a ser feita com as condições que uma massagem de reabilitação, independentemente do tipo de massagem que seja, uma massagem de um segmento, braço, mão, coluna, lombar, demorará 20 minutos, se pensarmos por exemplo que o fisioterapeuta de estado, um profissional que trabalhe num hospital que ganha sensivelmente 1200 euros de salário por mês, trabalha 20 dias, ganhará 60 euros por dia se fizermos essa conta trabalhando 6 horas, são 10 euros por hora, sai a esta clínica. Se fizermos o tratamento a esse preço dificilmente o fisioterapeuta se fizer 3 massagens por hora, que é aquilo que é recomendável, quer dizer de 20 em 20 minutos, se o Serviço Nacional de Saúde só paga uma massagem, a clínica fica a perder 7 euros, só com o trabalho do técnico, portanto o que é que acontece, ou faz 10 massagens por hora, e o que é pior ainda não é só fazer as 10 massagens é não ser o fisioterapeuta a fazer, por isso é o que encontramos na maior parte das clínicas, é as auxiliares, enfim, massagistas. E estamos a falar de massagens como poderíamos estar a falar de outros tratamentos. É evidente que eu sei que colocar um calor, fazer um ultra-som, colocar uma onda curta se calhar uma auxiliar bem preparada consegue fazer, mas é preciso que tenha preparação, por isso há cursos para auxiliares de fisioterapia e de reabilitação. Agora há situações que não são palpáveis, por exemplo, vou explicar-vos uma coisa, estou a mobilizar um doente com AVC, eu muitas vezes não sei quanto tempo eu vou demorar a mobilizar os dedos todos, o pulso, o cotovelo, o ombro, depois tenho de mobilizar a anca, para ser bem feito eu vou estar uma hora com um doente destes, se um tratamento de técnicas especiais de sinais e terapias, que é assim que o Serviço Nacional de Saúde chama a isto, dá 2 euros à clínica, naturalmente que a clínica não pode ter este tipo de acordos, ou então não presta este tipo de serviços. Pronto, nós aqui tentamos jogar com as duas coisas, nem eu ganho os 10 euros por hora, ou seja abdico da possibilidade de ganhar mais, mas fazer uma coisa que gosto e produzir um trabalho que me dê gozo profissional fazê-lo, bom, o que nem sempre se encontra hoje em dia na nossa sociedade, bom mas eu já tenho vinte e tal anos de serviço, já tenho obrigação de não estar nesta profissão pelo dinheiro, e não estou claramente, não estou, até porque sou licenciado em gestão, e faço aqui 4 horas, e depois vou fazer gestão para o resto do dia, mas gosto disto, foi a minha primeira profissão. Desde que nós, seja a profissão que for, abdicarmos um pouquinho da questão monetária, e entendermos que uma profissão de saúde também é uma profissão de Solidariedade Social, quantos e quantos doentes eu tive e não recebi nada por eles… e a tratá-los em casa até… O problema que eu vejo hoje na vossa geração, é que encaram o Mundo e a vida, como o grande objectivo é ter o melhor carro na rua, o grande objectivo é ter a melhor vivenda e ir de férias para o Algarve e na competição entra toda a gente.



16. Entrevistador - É importante e/ou frequente o uso de fármacos para a reabilitação? Se sim, são dispendiosos, ou são comparticipados?

Entrevistado – Não. Na reabilitação, na medicina de reabilitação, na fisioterapia utilizamos cremes, normalmente cremes que as pessoas trazem para a massagem, mas diz-nos a prática que o melhor creme há-de ser um creme gordo, portanto um creme que nem sequer tem um grande custo, é a vaselina, pó-de-talco serve perfeitamente. Tudo o que se usa na reabilitação, e contrariamente à medicina clássica é um tratamento por agentes físicos, tudo o que utilizamos fundamentalmente é agentes térmicos, calor e frio, agentes eléctricos, vários tipos de correntes e de radiações, e depois toda a actividade de sinesioterapia, ou seja mecanismos que ajudam a melhorar alguns gestos, para isso não se usa praticamente, e eu digo praticamente não é na totalidade, produtos químicos. Usa-se em que circunstancias? Apenas num tipo de corrente, que se chama ionização, que é uma corrente galvânica onde passa do pólo negativo para o pólo positivo, portanto passa a corrente de um lado para o outro, mas se colocamos um produto iónico, num dos pólos, um produto que seja ionicamente negativo no pólo negativo, ele é expelido para outro lado. Nós utilizamos isso para tentar fazer uma coisa que é ionizar uma zona, e utilizamos basicamente, o iodeto de potássio, que é um produto iónico que serve para antiflamatório, utilizamos fulcoreto de cálcio para falhas de cicatrização de fracturas, por causa do cálcio, pronto usa-se aqui uma coisinha, mas não é isso que é a fisioterapia, a base da fisioterapia são agentes físicos e portanto aqui não há praticamente químicos na mistura, normalmente está é associado, façamos aqui uma outra questão, quando os doentes vêm para aqui, vêm de um médico de clínica geral, ou de um médico neurologista ou de um médico ortopedista, naturalmente que as pessoas vêm para a fisioterapia para fazer os tratamentos dos agentes físicos, mas muitas vezes vêm com analgésicos, ou com anti- piréticos, quando têm umas febres, ou com anti-inflamatórios prescritos pelo médico, fazem associação medicamentosa com os agentes físicos.


17. Entrevistador – Que materiais/equipamentos são utilizados durante o processo de recuperação?

Entrevistado – Aí é só ver aqui, vá, já agora vejam!


18. Entrevistador – A reabilitação é um processo lento? Tendo em conta a idade e o traumatismo, pode-se estabelecer um valor médio do tempo de recuperação?

Entrevistado – Pode. Pode em função em função do tipo de lesão. A fisioterapia e a reabilitação, não são um ciência exacta, e cada um depende e reage de formas, por vezes quase estranhas, não é verdade, na média, as coisas funcionam com determinados tramitos, e por isso nós falamos os tempos de cicatrizar uma fractura 4 semanas, servimo-nos de uma coisa que se chama estatística, e na estatística, não há um número certo, 4 semanas, é a maior parte dos casos, em 4 semanas as situações estão em condições de estar cicatrizadas. Nem quer dizer que, em três semanas se calhar há casos, em 1000 há 1,2 ou 3 que às 3 semanas já está calcificado, ou também há 2, ou 3 casos em mil que às 8 semanas ainda não está calcificado, dentro da mesma faixa etária. A grande média é as 4 semanas, mas não quer dizer que não se prolongue casos para um lado ou para o outro. Cada ser reage de forma diferente, há coisas que ajudam a, sei lá, se eu tiver uma doença, que atrasa a calcificação ela vai-se atrasar. E isto é verdade, em função das idades, portanto, eu quando tenho uma fractura de um jovem, sei que se calhar 4 semanas chega na fractura do rádio chega para aquela fractura, mas se for uma velhinha, que já tem uma osteoporose, se calhar tenho de deixar o gesso 5 ou 6 semanas, porque a tal estatística, também me diz se eu tiro ás 4 semanas se calhar aquilo não está estável, mas eu também posso tirar por que a velhinha não tem a actividade do jovem, pronto aqui, começam a entrar em campo, para a assunção dos tempos de reabilitação, começa a entrar em causa a idade é verdade, o tipo de tratamento e a capacidade de cada pessoa tem de se regenerar mais depressa ou não.


19. Entrevistador – Com que periodicidade e o número de horas deve ter o tratamento, tendo em conta os mesmos factores da pergunta anterior (idade, traumatismo)? Respondido na 18.


20. Entrevistador – Dentro da equipa de especialistas, nesta área, qual é a ordem dos peritos pela qual o paciente deve ser atendido, de modo a proporcionar-lhe uma recuperação com sucesso?

Entrevistado – Normalmente uma equipa terapêutica tem um médico fisiatra e um fisioterapeuta, que pode ser complementar com uma auxiliar, o paciente quando tem algum problema, normalmente vai ao seu médico de família e depois vai, ao médico da especialidade, e se é um problema de ossos vai ao ortopedista, se o ortopedista entende que ele tem de fazer tratamentos vem ao fisiatra, que é o médico da área e prescreve os tratamento e passa para o fisioterapeuta e o fisioterapeuta aquilo que entende delegar no seu auxiliar, delega e faz o que tem a fazer. Normalmente a equipe de trabalho final, é fisiatra e fisioterapeuta são estas duas entidades que normalmente falo. Há muitas vezes, no nosso caso, por exemplo agora, porque faleceu o nosso médico fisiatra, então eu falo directamente com os médicos que os mandam directamente para cá, se foi o cirurgião ortopedista que operou, precisa de fisioterapia e manda para mim, e não temos cá um substituto, porque senão ia para o médico fisiatra, pronto, mas a minha formação também já permite um pouquinho pegar num caso de ortopedia, e o ortopedista disser, “sim senhor, é isto que tem de fazer ou aquilo”, e aí já segue. Uma equipa normalmente de sucesso tem que ver com médicos especialistas, um médico fisiatra, e um fisioterapeuta.


21. Entrevistador – Sente que existe articulação com as outras áreas da Medicina? Qual a sua relevância?

Entrevistado – Sim, sim, foi o que eu acabei agora de dizer, isso tem a ver com os médicos da especialidade, que são variadas, em função daquilo que os próprios médicos especialistas, neurologia, reumatologia, sabem se há ou não há benefícios na fisioterapia para os seus doentes daquela área, para os mandarem para mim. Pronto, se eles forem burros, não recomendam coisa nenhuma e os doentes, se calhar poderiam ter melhoras, outro tipo de melhoras, e se calhar não têm, mas é um problema deles…



22. Entrevistador – Quais os centros/clubes/hospitais/ginásios de reabilitação mais conhecidos na área de Lisboa?

Entrevistado – É assim, o de Alcoitão numa área, o hospital Curry Cabral numa área mais generalista, que é uma escola também, também dá estágio, tenho um colega meu que agora abriu este fim-de-semana a Fisiogaspar, é meu colega de curso, é um conceito diferente de fisioterapia, é um conceito diferente de centro de reabilitação, é um conceito mais alargado, que é um conceito de médico – SPA.


23. Entrevistador – Já lhe apareceram crianças em idade escolar com problemas na coluna, devido ao peso das mochilas? Que conselhos devem ser seguidos para não surgirem esses problemas?

Entrevistado – Já, porque as mochilas más, são aquelas que não são simétricas, portanto as pessoas, os miúdos especialmente gostam muito de andar com as mochilas penduradas, em vez de as colocar correctamente nos dois ombros. Uma mochila de duas asas é para colocar atrás, e depois também há pesos, em função da evolução da idade, as crianças da escola primária, se calhar 3 Kg é o máximo que pode lá estar dentro.

Entrevistador – Os alunos do 7º ano têm 13 disciplinas…é complicado…

Entrevistado – Se calhar é preferível ser bilateral!

Entrevistador –Nós vamos realizar uma estatística para a escola.

Entrevistado – Agora aqui não há dados, até porque ninguém se queixa normalmente nesta fase, pode dar escolioses. No processo de crescimento, a coluna tem uma serie de curvas, se eu estimular mais um lado que outro, posso ficar com uma perna mais comprida do que outra, desvio de anca um ombro mais levantado em relação ao outro, há ali um desnível que ficar uma peça rodada, porque o que é que faz uma escoliose? Basta uma peça da coluna rodar ligeiramente para que curvatura passe logo a fazer isto. Pronto aquilo é um encaixe de não sei quantas peças, que estão ali todas coisas, basta uma no meio começar a rodar, aquilo tudo toma outra configuração, essas rotações das peças é que dão as escolioses, isso é mais frequente de facto uma escoliose juvenil, mas é uma escoliose que não tem uma gravidade como muitas vezes querem falar, se calhar é mais grave estar assim nas aulas.

Entrevistador –Se calhar também há aquelas conveniências de ter as malas mais pesadas atrás, a disponibilidade dos livros.

Entrevistado- Pois é assim, eu acho no meu tempo, ninguém levava livros para a escola, ao kilo, levava-se apenas os cadernos para estarmos com atenção, e só alguns livros quer para leituras quer para exercícios, não se levava os manuais todos, é uma brutalidade e se agora são obrigados a levar manuais é porque os professores são maus, porque naqueles tempos os professores não davam as aulas a ler os manuais, isso agora é outra questão, se calhar fazem bem ser avaliados, porque se calhar passam a ser melhores.

Entrevistador- Pronto, acabou aqui a nossa entrevista, muito obrigado pela disponibilidade.

Entrevistado- OK. Alguma coisa que seja preciso, deixem aí o vosso contacto.



2ªParte da Entrevista ao Fisioterapeuta - Quais os instrumentos e materiais mais utilizados na reabilitação?


Parte 1




Parte 2




Parte 3




Parte 4
























Alguns outros instrumentos utilizados na reabilitação (Mecanoterapia):


Roda náutica



Bicicleta


Pedaleira TT


Tábua de Freedman


Halteres



Qual a relação entre o peso das mochilas dos alunos e os problemas de coluna? (Estudo)

Introdução:

A propósito do nosso projecto sobre Medicina de Reabilitação, decidimos realizar um estudo sobre a influência do peso das mochilas na saúde dos alunos. Com este estudo, pretendemos não só averiguar a influência do peso das mochilas na saúde dos alunos, como também apresentar medidas preventivas, de modo a minimizar este problema.
Seleccionámos os alunos do Ensino Básico, uma vez que é uma das fases do percurso escolar onde temos mais disciplinas e, consequentemente, onde a carga horária é maior.
Desta forma, partindo do princípio que o peso ideal de uma mochila é sensivelmente 10% do peso do aluno – não devendo assim, ultrapassar estes valores –, dentro do nosso estabelecimento de ensino, a Escola Secundária Stuart Carvalhais, escolhemos uma turma de cada ano – 7º, 8º e 9º anos – e pesámos os alunos, assim como as respectivas mochilas. Dirigimo-nos à sala de aula onde as turmas estavam a ter aula, num dia e hora viáveis, tanto para nós, como para os alunos testados.



Resultados:


Pesagem do 7ºF


Pesagem do 8ºC

Pesagem do 9ºA



Conclusão:

Com base nos resultados obtidos, podemos afirmar que, em termos gerais, as turmas testadas não ultrapassam o limite do saudável. No entanto, na turma de 7ºano, sete alunos em vinte e sete testados, ultrapassaram o peso ideal da mochila e um estava próximo do limite; na turma de 8ºano, três alunos em vinte e cinco, ultrapassaram o peso ideal da mochila e três estavam próximos do limite; na turma de 9ºano, três alunos em vinte e seis, ultrapassaram o limite do saudável e um apenas se aproximou do mesmo. Ainda assim, a turma de 7ºano pareceu-nos que tinha mais alunos que ultrapassaram o limite do saudável.
Sendo assim, a sobrecarga horária e o excesso de livros e a baixa massa corporal dos alunos contribuem para a gradual deformação da sua coluna.
Como solução, as escolas devem escolher livros divididos por partes – em consequência, as editoras também deverão produzir os seus livros dessa forma – de modo aos alunos não andarem com peso desnecessário na mochila. Da mesma forma, a utilização do dossier, possibilita ao aluno apenas levar as folhas necessárias. Também a utilização de cacifos na escola assegura o transporte dos materiais necessários, no momento, o que é bastante significativo na minimização deste problema. De facto, a escola deveria disponibilizar mais cacifos, tendo como prioridade os alunos com maior carga horária, que vivam mais longe da escola, enfim, que andem mais tempo com a mochila às costas.
Por outro lado, as mochilas em si, também podem prevenir o agravamento dos problemas da coluna. Se esta tiver um fundo apoiado na curva lombar da coluna e as alças forem almofadadas, será aprovada como o modelo adequado. Caso esta tenha rodas – modelo trolley –, tanto melhor, uma vez que o transporte é facilitado – no entanto, neste caso, a alça deve ser adequada ao tamanho do aluno, pois esta deve ser transportada com a postura correcta e com as costas rectas.
A disposição dos livros na mochila também é um ponto fundamental a vincar. Deste modo, os livros maiores e mais pesados devem estar posicionados junto à coluna e os mais leves devem estar na outra extremidade da mochila. Também é importante que os alunos não deixem materiais soltos no interior da mochila, de modo a não promover o desequilíbrio.
Por outro lado, o facto de os alunos distribuírem o peso uniformemente por ambos os ombros – o que implica não transportar a mochila com uma só alça, o que contraria a moda pouco saudável – também é determinante, pois a sobrecarga desequilibrada aumenta a probabilidade de lesões. Assim sendo, as mochilas ao tiracolo são afastadas do grupo das mochilas recomendadas.
No decorrer das pesagens nas turmas, notámos que alguns alunos traziam as suas mochilas bastante vazias – se observarem os resultados das tabelas, há mesmo alunos com mochilas com um quilo de peso, ou até menos. Isto não quer dizer que a escola seja eficiente no combate ao dilema do peso das mochilas; na verdade, já faz parte de outro problema relacionado com o desmotivo escolar – não pertencendo, de todo, à nossa área de trabalho –, mas que não pudemos deixar de vincar, uma vez que interferiu com os resultados do nosso estudo.


Relativamente aos alunos em risco, podemos afirmar, através da análise dos gráficos que no 7ºano, os alunos que ultrapassam o limite do peso ideal da sua mochila – 25,9% – é muito superior ao dos outros anos – 12% e 11,53% para 8º e 9º anos, respectivamente.
Ainda assim, há que relembrar que todos estes valores são puramente experimentais, podendo variar de turma para turma.

Acidentes de Viação

Os acidentes de viação são um grave problema de saúde pública, é o reflexo da história da própria humanidade. Nos dias de hoje representa a terceira causa de morte nos países industrializados, superado apenas pelas doenças cardio-vasculares e neoplasias em todas as faixas etárias, porém é a primeira causa de morte entre 1 e 44 anos de idade.

Conheça as principais causas dos acidentes de viação

Os acidentes de viação são uma grave causa de mortalidade em Portugal e, na sua maioria, podiam ser prevenidos.
É fundamental aumentar a precaução como peão e como condutor.
Muitas crianças morrem ou ficam com deficiência devido a acidentes de viação, na maior parte deles por não se utilizarem ou se utilizarem mal os sistemas de retenção, como cadeirinhas ou cintos de segurança. Além disso, muitas pessoas, nomeadamente crianças e pessoas idosas, morrem devido a atropelamentos, em especial dentro das povoações.

Quais são as principais causas dos acidentes de viação?

As causas dos acidentes de viação são várias e conhecidas, destacando-se o excesso de velocidade, o não cumprimento do código da estrada e o consumo de bebidas alcoólicas.


Álcool e condução = Um grave problema da saúde em Portugal


Outras causas importantes destes acidentes que convém reter são:

  • Deficiências de acuidade visual não devidamente corrigidas.
  • Situações de fadiga. Por exemplo, se dormiu pouco, trabalha por turnos ou conduz durante mais de duas horas sem descansar.
  • O uso de determinados medicamentos pode diminuir as capacidades do condutor, nomeadamente a diminuição da atenção, da concentração, dos reflexos, das capacidades visuais, do raciocínio e da coordenação motora. Muitas vezes, as pessoas não se apercebem que têm as capacidades alteradas.

O que fazer depois?

Pensar no planeamento da assistência inicial a vítima no local do acidente; assim como no hospital que realizará as primeiras intervenções diagnósticas e/ou terapêuticas; na transferência do paciente para um centro de tratamento definitivo, quando se torne necessário, e também na fase de reabilitação.

O Politraumatizado
O traumatizado deve ser considerado como um paciente prioritário, pelo grau de gravidade, pois pode ter suas funções vitais deterioradas num curto período de tempo, uma vez que o trauma grave frequentemente produz lesões em vários órgãos dependendo do mecanismo do acidente e da região anatómica do organismo que foi atingida.


Etapas Críticas

1º) Segundos e até minutos após o acidente. São mortes causadas por lacerações no tronco cerebral, medula espinal alta, lesões da aorta e ou grandes vasos com sangramento profuso.

2º) Variam de minutos a algumas horas após o acidente...Estas mortes são causadas principalmente por, hemopneumotórax, lesões de fígado, de baço e fracturas pélvicas com sangramento intenso. Estes são chamados pacientes potencialmente salváveis, isto é, seriam salvos se beneficiados por um sistema de atendimento pré-hospitalar adequadamente planeado e regionalizado.

3º) Este período é considerado dias ou semanas após o trauma. São decorrentes de infecções ou falências orgânicas. Esta fase está comprometida pela qualidade do atendimento inicial prestado.


Atendimento Pré – Hospitalar

O atendimento pré- hospitalar compreende três etapas:
  • Atendimento na cena do acidente;
  • Transporte rápido e com segurança até hospital;
  • Chegada no hospital.
Uma assistência adequada e qualificada é fundamental para o paciente chegue ao hospital com vida. Estatísticas norte americanas revelam que metade dos acidentes e de números de óbitos registados revela que 50% dos óbitos poderia ser evitado se tivesse um atendimento adequado.


Atendimento Inicial

O traumatizado, como já foi mencionado, deve ser considerado um paciente potencialmente grave, por isso, o atendimento inicial torna-se prioritário, seguindo uma sequência lógica centrada na estabilização dos sinais vitais da vítima. Portanto a primeira abordagem deve ser realizada num hospital especializado e equipado, para a estabilização do paciente, sob o ponto de vista de materiais e acima de tudo, pessoal competente e qualificado para um atendimento adequado.


Planeamento

A fase do planeamento é fundamental para o sucesso da intervenção e deve existir, antes mesmo que o acidente aconteça. A equipa de intervenção, no ambiente pré-hospitalar e hospitalar, deve estar preparada sob o ponto de vista de equipamentos e acima de tudo de recursos humanos disponíveis. Na maioria das vezes não podemos prever quando irá acontecer uma catástrofe ou mesmo um grande acidente, envolvendo muitas vítimas, por isso o planeamento inclui conhecer os recursos disponíveis para se obter ajuda, principalmente no que diz respeito à equipa de intervenção.


Triagem

A triagem é baseada na necessidade de restabelecimento dos sinais vitais da vítima e as condições do hospital que irá proceder tal tratamento. Portanto, a primeira triagem dá-se na cena do acidente e é de responsabilidade da equipa de intervenção pré-hospitalar e mais tarde no ambiente hospitalar:

  • Pré – hospitalar: Quando o número de vítimas excede as condições de transporte da cena do acidente até o hospital, é de responsabilidade desta equipe triar os pacientes que deverão receber o primeiro atendimento, prioridade para transferência e qual hospital mais indicado para tratar as lesões.
  • Quando o número de vítimas superar as condições do hospital para onde foi transportado, sob o ponto de vista de recursos humanos e materiais, os pacientes deverão ser triados, pela equipe do trauma, para serem submetidos ao atendimento inicial e tratamento definitivo ou possível transferência;
  • Mobilizar outros hospitais para o recebimento das vítimas do acidente;

Avaliação primária

A avaliação inicial deve identificar lesões que comprometem a vida do paciente e, concomitantemente, estabelecer condutas para a estabilização dos sinais vitais e tratamento destas anormalidades.

A- Abordagem das vias aéreas, com imobilização de coluna cervical;
B- Controle da respiração e ventilação;
C- Circulação e controle de hemorragias;
D- Avaliação neurológica; AVDI
E- Exposição completa do paciente e medidas para evitar hipotermia.

A) Vias Aéreas com Controle da Coluna Cervical:

A avaliação inicial deve identificar rapidamente sinais sugestivos de obstrução de vias aéreas, através da inspecção da cavidade oral e observação de alguns sinais que possam indicar hipóxia e obstrução:
  • Agitação motora - sugere hipóxia;
  • Sonolência - sugere Hipercabia;
  • Cianose – sugestivo de hipóxia;
  • Sons anormais (roncos) - obstrução da faringe;
  • Disfonia - obstrução de laringe.
Concomitante à estabilização das vias aéreas deve-se proceder ao exame da integridade da coluna cervical, através do exame físico, neurológico e sinais sugestivos de lesão nesta estrutura, e associar os achados ou ausência de sinais com mecanismo de trauma. As manobras realizadas não podem converter uma fractura estável numa lesão com comprometimento neurológico.

Regra: Todo paciente com múltiplos traumatismos, com lesões aparentes acima das linhas claviculares e, especialmente, com alteração do nível de consciência, deve ser considerado como portador de lesão em coluna cervical.

B) Respiração e Ventilação:
A permeabilidade das vias aéreas não garante uma ventilação satisfatória do paciente, para isso é fundamental um adequado funcionamento do tórax, pulmões e diafragma. Algumas situações podem comprometer a ventilação, a saber:
  • Pneumotórax Hipertensivo;
  • Contusão pulmonar;
  • Pneumotórax aberto;
  • Hemotórax maciço.
C) Circulação com Controles de Hemorrogia:

A hipovolemia com consequente choque hemorrágico é a principal causa de morte em paciente traumatizados. Alguns parâmetros são fundamental importância na avaliação inicial e determinação da hipovolemia:
  • Pulso;
  • Cor da pele;
  • Enchimento capilar;
  • Pressão arterial;
  • Pressão de pulso;
  • Sudorese.
D) Avaliação do Estado Neurológico:

Uma rápida avaliação do padrão neurológico deve determinar o nível de consciência e a reactividade pupilar do traumatizado. A escala de coma de Glasgow pode ser usada na cena do acidente e numa avaliação secundária:
A- Alerta:
V- Resposta ao estimulo verbal;
D- Responde a estimulo doloroso
I- Inconsciente.

E) Exposição do Paciente com Controle de Hipotermia:

O paciente traumatizado deve ser completamente despido de suas vestes para facilitar o exame completo e a determinação de lesões que podem representar risco de morte.
A protecção do paciente contra hipotermia é de suma importância, pois cerca de 43% dos pacientes desenvolvem este tipo de alteração durante a fase de atendimento inicial, com redução de 1ºC a 3ºC, comprometendo o tratamento por aumentar a perda de calor.
Alguns factores que predispõe o traumatizado a desenvolver hipotermia:
1) Edema e hipoglicemia são factores que comprometem a produção de calor;
2) Trauma associado à intoxicação por álcool ou drogas tem maior perda de calor;
3) Trauma craniano pode comprometer o centro termorregulador;
4) Infusão de líquidos não aquecidos durante a fase de restabelecimento dos sinais vitais;
5) Tempo de exposição em ambiente frio, molhado, e outras condições que podem provocar hipotermia;
6) Uso prolongado de roupas molhadas.
Outro importante aspecto a ser pesquisado na avaliação primária é o mecanismo do trauma, que muito facilita na determinação das lesões. Sempre que houver condições deve-se questionar com a vítima, familiares ou equipas de intervenção pré-hospitalar sobre qual foi o tipo de acidente. A resposta obtida permite uma associação com possíveis lesões, algumas estão descritas a seguir:

Mecanismos de Trauma e Possíveis Lesões

Impacto Frontal

  • Lesão de coluna cervical;
  • Lesão de tórax;
  • Contusão cardíaca;
  • Pneumotórax;
  • Transsecção de aorta;
  • Lesão de fígado e/ou baço;
  • Lesão de joelho e/ou quadril;
  • Lesão de punho, cotovelo, joelho, quadril;
Impacto na Lateral do Veículo

  • Fractura de coluna cervical;
  • Lesão contra lateral do tórax;
  • Lesão lateral do tórax;
  • Pneumotórax;
  • Ruptura traumática da aorta;
  • Ruptura do diafragma
  • Lesão de fígado ou baço (dependendo do lado do impacto);
Projecção para fora do Veículo:

Aumenta significativamente o padrão das lesões, expondo o paciente a um maior risco de morte pela associação de um grande número de mecanismos de lesões.

Falta de Cinto de Segurança

  • Lesão torácico abdominal;
  • Lesões de crânio, face, coluna cervical;
  • Projecção do veículo.
Impacto na Traseira do Automóvel

  • Fractura da coluna cervical.
Embater com o carro a 60 Km/h, é como cair de um prédio de quatro andares. A 80 Km/h, o impacto equivale a uma queda livre de 25 metros. Mesmo a 20 Km/h, o impacto equivale a uma força superior até 15 vezes o peso da pessoa.


Como prevenir os acidentes?

Algumas medidas para prevenir os acidentes são:
1) Respeitando o código da estrada
2) Não consumindo bebidas alcoólicas
3) Mantendo a distância de segurança
4) Fazendo revisões periódicas ao veículo
5) Descansando periodicamente e não utilizando telemóvel a conduzir.
6) Usar cinto de segurança e capacete (este em caso de conduzir motos)
  • A distância de segurança: deverá ser (no mínimo) igual à distância de travagem (distância total percorrida durante o tempo de reacção e o tempo de travagem efectivo)
  • Redobrar os cuidados, se o folheto informativo do medicamento contiver algum dos seguintes avisos: “Este medicamento pode causar sonolência e pode aumentar os efeitos do álcool” ou “Este medicamento pode afectar a vigilância mental e/ou a coordenação motora”.



Doenças Degenerativas

Doenças mais frequentes:

Algumas doenças, quer crónicas, quer passageiras, podem afectar os movimentos do indivíduo. Dependendo da natureza da doença, os pacientes recorrem à reabilitação para retardar o progresso da doença, caso seja degenerativa ou até mesmo, caso seja resultado de um AVC, por exemplo, tratar as consequências do acidente vascular cerebral.

Artrite Reumatóide:

É uma doença auto-imune da área da Reumatologia, que resulta de uma desordem no sistema imunitário.
Na verdade, é caracterizada pelo facto de as células imunitárias atacarem as proteínas produzidas pelo próprio organismo, mais predominantemente na zona das articulações. Assim, assiste-se à destruição das articulações, o que leva a deformações nas mesmas e dificuldades motoras. Sintomas como rigidez matinal, nódulos nas articulações, erosões e descalcificações ósseas são típicos desta doença.
Deste modo, no tratamento desta doença, são utilizados anti-inflamatórios, para aliviar os sintomas, além da recorrência à fisioterapia para tentar retardar os problemas motores implícitos à doença, que podem levar a deformações permanentes.
Esta doença pode aparecer em idades precoces.

Os efeitos da artrite reumatóide



Como actua a artrite reumatóide

AVC (Acidente Vascular Cerebral):

É caracterizado por ser uma doença vascular encefálica, de rápida acção. É de vincar que há vários tipos de AVC, que levam a casos diferentes de gravidade. Assim, temos o AVC isquémico, o mais frequente, que é devido à falta de irrigação cerebral num certo local, levando à morte de neurónios. Já o AVC isquémico transitório, não chega a formar lesão cerebral, pois apenas se tratou de uma isquémia passageira. Nesse caso, o paciente pode recuperar num curto espaço de tempo, que varia entre alguns minutos e as 24h após o acidente.



Por outro lado, também existe o AVC hemorrágico, provavelmente o tipo mais grave, mas menos frequente, que consiste na ruptura de um vaso importante do cérebro, formando um coágulo que impede a circulação sanguínea nessa área.
Os sintomas mais comuns da ocorrência de um AVC, costumam ser a dormência nos braços e nas pernas, dificuldade em falar, perda de equilíbrio, perda de força num dos lados do corpo, e possivelmente a perda de visão num olho ou em ambos.
O tratamento momentâneo, ou seja no momento do AVC, é administrado um trombolítico para dissolver o coágulo responsável. Algum tempo depois do acidente, se o paciente ficou com problemas motores, isto é, dificuldades na fala, nos movimentos, é aconselhada a fisioterapia para haver recuperação parcial ou total das capacidades perdidas. O tempo de tratamento varia, como é óbvio, consoante a gravidade da perda das capacidades.
Os acidentes vasculares cerebrais podem acontecer a qualquer um, porém, como não podia deixar de ser, há alguns factores de risco que aumentam a probabilidade de se vir a ter um. Desta forma, doenças como a diabetes, a hipertensão arterial, várias doenças cardíacas, e o colesterol aumentam o risco de AVC. Fora do ramo das doenças, temos o álcool, o tabaco, contraceptivos hormonais, a idade avançada e o sexo (até aos 50 anos, os homens correm um maior risco de ter um AVC que as mulheres, e depois disso, o risco é quase igual para ambos os sexos), que são outros factores de risco para se ter um AVC. Porém, isto não quer dizer que uma pessoa saudável não possa ter um AVC.






Doença de Parkinson:

Pertence ao campo das doenças neurodegenerativas. Causa a morte progressiva de neurónios, nos gânglios da base, produtores de dopamina, um neurotransmissor percursor de hormonas, entre as quais a adrenalina. Deste modo, a dopamina é essencial à estimulação do sistema nervoso central. Além disso, os neurónios dos gânglios da base controlam e ajustam os comandos conscientes para os músculos do corpo humano. Assim, sem eles e, consequentemente, sem dopamina, a coordenação motora será profundamente afectada, levando à incapacitação total, e naturalmente, à morte do indivíduo.
Tendo em conta os trágicos efeitos desta doença, o paciente pode apresentar sintomas, que se vão acentuando com o tempo, como tremores, rigidez muscular, dificuldade em andar equilibradamente, em engolir. A perda de capacidades cognitivas também é evidente na doença de Parkinson.
Relativamente às idades de aparecimento, pode-se dizer que a idade pico de incidência é por volta dos 60 anos, se bem que pode aparecer a qualquer altura, entre os 35 anos e os 85.


No que toca aos tratamentos, para retardar a perda da capacidade motora, como a marcha, subir/descer escadas, levantar-se da cama/cadeira, prevenção de quedas, força muscular, postura, orientação espacial, é importante recorrer à fisioterapia. A fisioterapia também pode prevenir infecções respiratórias, visto que confere ao paciente uma maior higiene brônquica. Na verdade, estudos comprovam que os pacientes mais sedentários têm uma mortalidade mais elevada que os mais activos.


Doença de Alzheimer:

É caracterizada por ser uma doença neurodegenerativa incurável. As pessoas com idades acima dos 60 anos estão mais propensas ao aparecimento desta doença, o que não quer dizer que não existam casos em pessoas mais novas. É causada pela formação de placas senis (esferas com centro de acumulação de proteína beta-amilóide) e de emaranhados neurofibrilares (explicados pela mutação na proteína tau dos neurotúbulos). O cérebro do paciente, visto em autópsia, apresenta uma atrofia geral em determinados locais no hipocampo (estruturas localizadas nos lobos temporais, onde é a sede principal da memória), e nas regiões parieto-occipitais e frontais.




Como consequência, o paciente acaba por sofrer perturbações cognitivas e motoras profundas, que se vão acentuando ao longo do tempo. De facto, é possível dividir o progresso da doença em quatro fases, que vamos explicitar de seguida:

- Pré-demência – É um princípio de Alzheimer que, por ser uma fase muito precoce, pode ser confundido com envelhecimento ou stress, devido à perda de memória a curto prazo. Se se efectuarem testes, também é possível observar um início de perda de capacidades cognitivas. Também são visíveis a dificuldade de concentração, em efectuar um pensamento flexível e abstracto.


- Demência inicial – Nesta fase, os pacientes começam a demonstrar dificuldades ao nível da broca (vocabulário mais empobrecido, apesar de conseguir ainda transmitir as ideias básicas), na percepção e nos movimentos (nomeadamente escrever, vestir-se, entre outras tarefas motoras simples), devido à perda de coordenação. A perda de memória começa a alargar-se desde a memória a curto prazo, que continua a degenerar-se, às memórias antigas, às semânticas (relacionadas com a linguagem) e às implícitas (memória de como fazer as coisas).

- Demência Moderada – A dificuldade de fala torna-se mais acentuada, pois o paciente não se lembra do vocabulário, o que também se reflecte na leitura e na escrita do mesmo. O paciente acaba por trocar as frases, havendo muitas delas que não são finalizadas. O mesmo acontece com a memória, visto que é sabido que um paciente com Alzheimer pergunta a mesma coisa inúmeras vezes, pois torna-se incapaz de memorizar novas informações. Além disso, o paciente deixa de reconhecer pessoas com quem se relaciona diariamente, entre os quais familiares. Assim, a memória a longo prazo também é afectada severamente nesta fase. As ilusões também podem surgir nesta fase da doença, assim como incontinência urinária e comportamentos agressivos.

- Demência Avançada – O paciente nesta fase terminal da doença, acaba por perder totalmente a capacidade da fala, apesar de compreender o que lhe dizem. A agressividade continua a estar presente. Por outro lado, os pacientes tornam-se totalmente dependentes de quem deles cuida, pois a sua massa muscular e a sua mobilidade degeneram-se ao ponto de terem de ficar acamados. A morte não é causada pela doença de Alzheimer em si, mas por uma outra doença, que costuma ser a pneumonia.

Em relação ao tratamento, são utilizadas algumas drogas, no início da doença para retardar o progresso da doença o melhor possível. Por outro lado, temos a fisioterapia, que ajuda também no retardamento da perda das capacidades motoras e, eventualmente, à semelhança da Doença de Parkinson, ajuda a ter-se uma melhor higiene brônquica, devido à imobilidade implícita a ambas as doenças.

Pesos Excessivos

Peso das Mochilas

No dia-a-dia de hoje estamos habituados a ver todos os jovens com uma mochila às costas cada vez que vão para a escola. Mas será que o peso que nelas é levado é o peso certo? Não será excessivo?
O excesso de peso nas mochilas é um problema grave que, para além de dores nas costas, pode vir a trazer grandes consequências irreversíveis em longo prazo para os jovens, como a má postura e artrose precoce.
O peso ideal para uma mochila deverá sempre rondar os 10% do peso da criança que a transporte, caso essa criança peso 50 quilogramas a sua mala terá de pesar no máximo 5 quilogramas, mas infelizmente não é isso que acontece. A carga horária escolar é tão grande que os alunos têm que levar mais de seis livros num dia só, os alunos têm, em média, treze disciplinas no total, e quando têm Estudo Acompanhado vão ter que levar livros de outras disciplinas que não tiveram nesse dia para que possam estudar naquelas aulas de apoio, o que poderá a vir a aumentar o peso da carga levada na mochila.

Como solucionar este entrave?

  • Verificar as mochilas para observar se as crianças levam objectos desnecessários;

  • Discutir com as escolas maneiras para que a mochila ficasse mais leves;

  • As escolas podem formar o horário dos alunos, pois quanto menos matérias/dia, menor será a quantidade de materiais que o aluno leva para a escola;

  • Utilizar malas com rodas, pois assim facilita o transporte e não prejudica o bem-estar físico do aluno, mas a alça desta mochila deve estar a uma altura adequada para o jovem, permitindo que seja puxada com uma postura correcta e com as costas rectas;

  • As editoras também podem ajudar a resolver este problema, nos dias de hoje temos o exemplo de livros divididos por partes, por exemplo Matemática (parte 1: Geometria; parte 2: Funções; parte 3: Trigonometria);

  • Dispor os livros e outros materiais de uma maneira que não fiquem soltos dentro da mochila, pois, caso contrário, pode provocar desequilíbrio;

  • Utilizar os cacifos da escola;

  • Utilização do dossier, pois não é necessário levar todas as folhas do caderno da disciplina, levando só as folhas das últimas matérias leccionadas;


Utilização e características para uma mala ideal:

Uma mala ideal deve ficar com o seu fundo apoiado na curva lombar da coluna, nunca deve ficar 10 cm abaixo da região da cintura, as alças do ombro devem ser almofadadas, devem se usar as duas alças da mochila pois, como vemos hoje em dia, alguns alunos usam só uma alça o que faz com que haja uma sobrecarga num só ombro o que vai aumentar a probabilidade de lesões.
Uma característica fundamental numa mala ideal é a disposição dos livros, devem estar bem distribuídos dentro da mochila. Os livros e os cadernos mais pesados ficam juntos à coluna.



Acidentes Domésticos

Acidentes Domésticos

Os acidentes domésticos costumam fazer parte do nosso quotidiano. Mesmo atentos a todas as situações, certos objectos podem encontrar-se fora do seu respectivo lugar e podem fazer com que haja um acidente, acidente esse que poderá por em risco a saúde das pessoas.
Neste conjunto informativo são apresentados alguns exemplos de perigos domésticos que podem levar à reabilitação:

· Pisos molhados;
· Banheiras sem pavimento antiderrapante;
· Bancos mal colados/pregados;
· Tapetes em todas as divisões da casa, pois podem estar mal esticados e as pessoas têm tendência a por o pé em falso, acabando por cair e poderão vir a ter fracturas graves;
· Cuidado com os degraus, pois existem habitações onde existem degraus de diferentes tamanhos;
· A iluminação pode ser um factor crucial pois se for pouca pode provocar a fraca visibilidade das pessoas e estas puderam não ver o que se encontra em seu redor;
· Por vezes as pessoas quando se levantam rapidamente ou fazem movimentos bruscos podem ter tonturas, o que é perigoso pois podem encontrar-se perto de móveis ou até de objectos cortantes.
Os mais afectados por acidentes domésticos são as crianças e os idosos. As crianças porque não têm consciência, por vezes, daquilo que estão a fazer – numa fase de iniciação, como os seus primeiros passos, podem sempre haver lesões graves que os possam levar à reabilitação. Já os idosos, devido à sua idade avançada, têm dificuldades em andar, pois doenças como a osteoporose podem fazer com que essas pessoas possam nunca recuperar a “boa forma” óssea que tinham antes do acidente. Por outro lado, têm uma visão reduzida, correndo grande perigo em casa, caso não tenham ajuda, uma vez que podem cair em pisos escorregadios, tropeçar em tapetes mal estendidos e até mesmo lesar-se contra a mobília.

Acidentes Desportivos

A lesão do desportista é o resultado da sua participação no desporto, podendo levar a certas consequências como redução total ou parcial das actividades desportivas, necessidade de orientação médica, ou tratamento bem como influências na vida económica e social.

As lesões são classificadas em:

  • Lesões agudas (resultantes de um acidente desportivo)
  • Lesões de sobrecarga (em consequência da repetição de traumatismos)

Os factores de risco de contracção de uma lesão desportiva podem ser classificados em:

  • Factores Intrínsecos (factores inerentes ao praticante)
    . Idade
    . Sexo
    . Condição física
    . Desenvolvimento motor
    . Alimentação
    . Factores psicológicos

  • Factores Extrínsecos (factores exteriores ao praticante)

    . Aspectos de execução técnica de cada modalidade (cada modalidade tem os seus gestos técnicos, logo lesões específicas)
    . Tipo de equipamento (existem calçados diferentes para determinados pisos)
    . Organização do treino e da competição (cargas de treino desajustadas aos seus praticantes)
    . Condições físicas envolventes (ex: piso molhado num jogo de basquetebol ou buraco na relva num jogo de futebol)
    . Condições climatéricas (ex: elevada humidade relativa do ar, onde irá haver uma maior transpiração do desportista)

Causas

Uma lesão causada pelo desporto deve-se a métodos de treino incorrectos, anomalias estruturais que forçam certas partes do corpo mais susceptíveis, onde o desgaste crónico é a causa de muitas destas lesões. Níveis altos de competição correspondem a níveis altos de lesão; a fadiga e o sono, juntamente com maus hábitos alimentares, são factores de risco de lesão; os desportos de contacto são desportos de alto risco de lesão; os iniciados no desporto aos quais são pedidos altos níveis de execução e coordenação estão mais sujeitos a risco de lesão.


Anomalias estruturais


As anomalias estruturais podem levar a graves lesões, exclusivamente por um esforço desigual de várias partes do corpo. Por exemplo, quando as pernas são desiguais em comprimento, exerce-se uma força maior sobre a anca e o joelho da perna mais comprida. Habitualmente, correr pelos lados de caminhos com desníveis tem o mesmo efeito; pisar repetidamente com um pé a superfície um pouco mais elevada aumenta o risco de dor ou lesão nesse lado do corpo. A pessoa que tem uma curva exagerada da coluna vertebral pode sentir dor de costas quando faz girar um objecto. Mesmo assim, o factor determinante que causa a maioria das lesões do pé, perna e da anca é a rotação dos pés para dentro depois do contacto com o solo, colocar devidamente o pé no solo evita muitas lesões, dado que ajuda a distribuir a força por todo o pé.


Diagnóstico


Para diagnosticar uma lesão desportiva, o médico procura saber o local e o modo como ocorreu a mesma e o tipo de actividades que a pessoa desempenhou recentemente ou que desempenha regularmente. O médico examina assim a zona em que incidiu a lesão, e o paciente, consoante os resultados, pode ou não ser enviado para um especialista para efectuar outros exames como o TAC ou a ressonância magnética.

Prevenção


O aquecimento antes de iniciar o exercício é a prevenção mais importante que se pode ter, exercitar calmamente durante 3 a 10 minutos aquecem os músculos o suficiente para os tornar mais flexíveis e resistentes às lesões. Os estiramentos, dentro do aquecimento, são igualmente importantes, pois alongam os músculos de tal forma que se podem contrair mais eficazmente, funcionando melhor, e devem ser realizados no fim do aquecimento de corrida ou do exercício. Cada estiramento deve ser suficientemente cómodo para se conseguir contar pelo menos 10 segundos.
O tipo de calçado é também um factor determinante na prevenção das lesões, pois um calçado que não se ajuste ao pé, pode facilmente conduzir a entorses.


Tratamento


Depois de uma lesão, imediatamente deve ser preciso repouso, a aplicação de gelo (faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, ajudando a limitar a inflamação e a reduzir a dor e o inchaço), ligar a parte lesionada com fita adesiva ou uma ligadura elástica (compressão) e elevação. Uma bolsa de gelo pode ser colocada numa toalha em cima da zona lesada durante 10 minutos. Uma ligadura elástica pode envolver, sem apertar, a bolsa de gelo e a zona lesada. A zona lesada deve manter-se elevada, mas o gelo deve ser retirado ao fim dos 10 minutos, com uma nova aplicação ao fim de algum tempo durante outros 10 minutos e assim sucessivamente durante 1 ou 2 horas. Este processo pode repetir-se várias vezes durante as primeiras 24 horas.
Posteriormente a pessoa deverá ser levada a um médico fisioterapeuta, que poderão aplicar frio, calor, electricidade, ultra-sons ou estabelecer a prática de um plano de reabilitação. Aconselha-se também o uso de palmilhas especiais para o calçado ou outros acessórios ortopédicos. A duração da terapia física vai depender do grau de gravidade e complexidade da lesão.
A actividade ou o desporto que causou a lesão devem ser evitados até a lesão desaparecer. A substituição por actividades que não forcem a zona lesionada é preferível à abstenção de toda a actividade física, dado que a inactividade completa cause a perda de massa muscular, força e resistência.

Acidentes de Trabalho

“Ocorre 1 acidente de trabalho, em cada 5 segundos, na U.E (…)”

O que são acidentes de trabalho?

Os acidentes de trabalho, são acontecimentos imprevistos no decorrer do emprego de alguém, onde quem sai lesionado, quer física, quer mentalmente, é o empregado. Na verdade, há um leque de possibilidades de situações que cobrem estes acidentes, entre os quais, os principais:



  • Trajecto casa-emprego, emprego-casa, que não são contabilizados nas estatísticas.


  • No local de trabalho, ou seja:
    Execução de alguma tarefa mais árdua, ou até mesmo de uma mais simples, há de tudo um pouco;
    Intoxicação aguda;
    Actos voluntários de terceiros;
    Agressões no estabelecimento;
    Quedas;
    etc.

  • Fora do local de trabalho, se na hora de serviço e executando tarefas:
    Acidentes de viação;
    Agressões em locais públicos;
    etc.


  • Deste modo, são excluídos outros tipos de desastres, como ferimentos auto-inflingidos e na ocorrência do trajecto casa-trabalho-casa, o que nos parece bastante sensato.

    Quais os principais tipos de incapacidade implícitos nos acidentes de trabalho?

    A perda de uma capacidade física é um acontecimento extremamente frustrante, especialmente para um adulto em idade activa. Após o tratamento da lesão, o paciente tanto pode recuperar total ou parcialmente a capacidade, voltando a trabalhar, como continuar incapacitado para o resto da vida, não podendo voltar a exercer a profissão actual, o que traz algum transtorno psicológico. Assim, existem três níveis de gravidade dessas perdas de capacidade física.


  • Incapacidade temporária, ou seja, a perda temporária da capacidade por um curto espaço de tempo.




  • Incapacidade total e permanente, o que significa a invalidez incurável para o trabalho, por não estarem reunidas as condições necessárias ao trabalho.



Quais as causas dos acidentes de trabalho?

Algumas estatísticas apontam que os principais acidentes de trabalho são, muitas das vezes quedas e soterramentos, por não se seguirem as regras e equipamentos de segurança.




Assim, segundo a figura, podemos concluir que as situações que levam aos acidentes de trabalho mais frequentes são devidos à perda total ou parcial do controlo da máquina/ meio de transporte, a movimentos sujeitos a constrangimentos físicos (levam a lesões internas), movimentos não sujeitos a constrangimentos físicos (levam a lesões internas) e a escorregamentos ou hesitações com queda de pessoas. Por outro lado, também são frequentes, acidentes de trabalho devidos a transbordos, derrubamentos, fugas, escoamentos de certos materiais, emissão de vapores. Menos frequentes, por incrível que pareça, são os arrombamentos de agentes materiais, entre outros.



Normalmente, há certos locais de trabalho mais susceptíveis à ocorrência de acidentes de trabalho, muitas das vezes, por não terem as condições necessárias a um ambiente de trabalho seguro, o que não quer dizer que empresas seguras não tenham acidentes de trabalho. Deste modo, os locais mais propensos a acidentes de trabalho, que nos saltam mais à vista na figura acima mostrada, são a zona industrial, os estaleiros, construções, pedreiras e minas a céu aberto. Por outro lado, mas não tão frequentes, temos os escritórios, locais de actividade terciária e públicos.


Segundo a figura, relativamente à natureza da lesão, podemos deduzir que as feridas, lesões superficiais, concussões, lesões internas, lesões desconhecidas, deslocações, entorses e distensões são as lesões mais frequentes resultantes dos acidentes de trabalho.



Sendo assim, os grupos profissionais mais afectados acabam por ser os operários, artífices, trabalhadores não qualificados, operários de instalação e trabalhadores de montagem, visto que estão expostos a tarefas mais mecânicas e com maior risco de acidente.

Como prevenir os acidentes de trabalho?

Sendo os acidentes de trabalho verdadeiras catástrofes, quer para o empregado, que fica lesionado e pode não voltar a trabalhar, quer para o empregador, que fica sem fonte de rendimento, há que tornar, então o local de trabalho mais seguro.
Desta forma, para minimizar os acidentes de trabalho o melhor possível:



  • O local de trabalho deve ser mais confortável e organizado;

  • Devem ser seguidas religiosamente as regras de segurança, vestindo os equipamentos de segurança sinalizados:



  • Protecção na cabeça, o que requer a utilização de um capacete;



  • Protecção de olhos e rosto, o que requer a utilização de óculos e viseiras;

  • Protecção das vias respiratórias, o que requer a utilização de uma máscara;



  • Protecção dos ouvidos, o que requer a utilização de auriculares;



  • Protecção do tronco, o que requer a utilização de um fato específico;




  • Protecção dos pés e membros inferiores, o que requer a utilização de botas;



  • Protecção das mãos e membros superiores, o que requer a utilização e luvas;




  • Protecção contra quedas, o que requer a utilização de cabos para impedir a queda do trabalhador.



  • Assim, as empresas cujas tarefas envolvem algum risco, têm de se comprometer a fornecer esses equipamentos de segurança aos trabalhadores, de modo a minimizar a taxa de acidentes de trabalho nesse local


  • Juntamente com a sinalização de utilização de equipamentos de segurança, também há a sinalização de perigo e de proibição, que devem ser igualmente respeitados:

  1. Perigo de incêndio;
  2. Perigo de substâncias corrosivas;
  3. Perigo de electrocussão;


  4. Perigo de tropeçamentos;
  5. Perigos diversos;



  6. Proibido apagar com água;



  7. Proibido foguear;
  8. Proibido fumar;



  9. Água não potável;

  10. Proibido tocar.


  11. Proibido a passagem a peões;

  • Certamente, quanto mais informadas as empresas estiverem acerca dos acidentes de trabalho, melhor poderão intervir, pelo que é importante a organização de palestras de sensibilização e de apresentação de medidas preventivas.