A propósito do nosso projecto sobre Medicina de Reabilitação, decidimos realizar um estudo sobre a influência do peso das mochilas na saúde dos alunos. Com este estudo, pretendemos não só averiguar a influência do peso das mochilas na saúde dos alunos, como também apresentar medidas preventivas, de modo a minimizar este problema.
Seleccionámos os alunos do Ensino Básico, uma vez que é uma das fases do percurso escolar onde temos mais disciplinas e, consequentemente, onde a carga horária é maior.
Desta forma, partindo do princípio que o peso ideal de uma mochila é sensivelmente 10% do peso do aluno – não devendo assim, ultrapassar estes valores –, dentro do nosso estabelecimento de ensino, a Escola Secundária Stuart Carvalhais, escolhemos uma turma de cada ano – 7º, 8º e 9º anos – e pesámos os alunos, assim como as respectivas mochilas. Dirigimo-nos à sala de aula onde as turmas estavam a ter aula, num dia e hora viáveis, tanto para nós, como para os alunos testados.
Pesagem do 8ºC
Pesagem do 9ºA
Conclusão:
Com base nos resultados obtidos, podemos afirmar que, em termos gerais, as turmas testadas não ultrapassam o limite do saudável. No entanto, na turma de 7ºano, sete alunos em vinte e sete testados, ultrapassaram o peso ideal da mochila e um estava próximo do limite; na turma de 8ºano, três alunos em vinte e cinco, ultrapassaram o peso ideal da mochila e três estavam próximos do limite; na turma de 9ºano, três alunos em vinte e seis, ultrapassaram o limite do saudável e um apenas se aproximou do mesmo. Ainda assim, a turma de 7ºano pareceu-nos que tinha mais alunos que ultrapassaram o limite do saudável.
Sendo assim, a sobrecarga horária e o excesso de livros e a baixa massa corporal dos alunos contribuem para a gradual deformação da sua coluna.
Como solução, as escolas devem escolher livros divididos por partes – em consequência, as editoras também deverão produzir os seus livros dessa forma – de modo aos alunos não andarem com peso desnecessário na mochila. Da mesma forma, a utilização do dossier, possibilita ao aluno apenas levar as folhas necessárias. Também a utilização de cacifos na escola assegura o transporte dos materiais necessários, no momento, o que é bastante significativo na minimização deste problema. De facto, a escola deveria disponibilizar mais cacifos, tendo como prioridade os alunos com maior carga horária, que vivam mais longe da escola, enfim, que andem mais tempo com a mochila às costas.
Por outro lado, as mochilas em si, também podem prevenir o agravamento dos problemas da coluna. Se esta tiver um fundo apoiado na curva lombar da coluna e as alças forem almofadadas, será aprovada como o modelo adequado. Caso esta tenha rodas – modelo trolley –, tanto melhor, uma vez que o transporte é facilitado – no entanto, neste caso, a alça deve ser adequada ao tamanho do aluno, pois esta deve ser transportada com a postura correcta e com as costas rectas.
A disposição dos livros na mochila também é um ponto fundamental a vincar. Deste modo, os livros maiores e mais pesados devem estar posicionados junto à coluna e os mais leves devem estar na outra extremidade da mochila. Também é importante que os alunos não deixem materiais soltos no interior da mochila, de modo a não promover o desequilíbrio.
Por outro lado, o facto de os alunos distribuírem o peso uniformemente por ambos os ombros – o que implica não transportar a mochila com uma só alça, o que contraria a moda pouco saudável – também é determinante, pois a sobrecarga desequilibrada aumenta a probabilidade de lesões. Assim sendo, as mochilas ao tiracolo são afastadas do grupo das mochilas recomendadas.
No decorrer das pesagens nas turmas, notámos que alguns alunos traziam as suas mochilas bastante vazias – se observarem os resultados das tabelas, há mesmo alunos com mochilas com um quilo de peso, ou até menos. Isto não quer dizer que a escola seja eficiente no combate ao dilema do peso das mochilas; na verdade, já faz parte de outro problema relacionado com o desmotivo escolar – não pertencendo, de todo, à nossa área de trabalho –, mas que não pudemos deixar de vincar, uma vez que interferiu com os resultados do nosso estudo.
Relativamente aos alunos em risco, podemos afirmar, através da análise dos gráficos que no 7ºano, os alunos que ultrapassam o limite do peso ideal da sua mochila – 25,9% – é muito superior ao dos outros anos – 12% e 11,53% para 8º e 9º anos, respectivamente.
Ainda assim, há que relembrar que todos estes valores são puramente experimentais, podendo variar de turma para turma.
Sem comentários:
Enviar um comentário