quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Acidentes de Viação

Os acidentes de viação são um grave problema de saúde pública, é o reflexo da história da própria humanidade. Nos dias de hoje representa a terceira causa de morte nos países industrializados, superado apenas pelas doenças cardio-vasculares e neoplasias em todas as faixas etárias, porém é a primeira causa de morte entre 1 e 44 anos de idade.

Conheça as principais causas dos acidentes de viação

Os acidentes de viação são uma grave causa de mortalidade em Portugal e, na sua maioria, podiam ser prevenidos.
É fundamental aumentar a precaução como peão e como condutor.
Muitas crianças morrem ou ficam com deficiência devido a acidentes de viação, na maior parte deles por não se utilizarem ou se utilizarem mal os sistemas de retenção, como cadeirinhas ou cintos de segurança. Além disso, muitas pessoas, nomeadamente crianças e pessoas idosas, morrem devido a atropelamentos, em especial dentro das povoações.

Quais são as principais causas dos acidentes de viação?

As causas dos acidentes de viação são várias e conhecidas, destacando-se o excesso de velocidade, o não cumprimento do código da estrada e o consumo de bebidas alcoólicas.


Álcool e condução = Um grave problema da saúde em Portugal


Outras causas importantes destes acidentes que convém reter são:

  • Deficiências de acuidade visual não devidamente corrigidas.
  • Situações de fadiga. Por exemplo, se dormiu pouco, trabalha por turnos ou conduz durante mais de duas horas sem descansar.
  • O uso de determinados medicamentos pode diminuir as capacidades do condutor, nomeadamente a diminuição da atenção, da concentração, dos reflexos, das capacidades visuais, do raciocínio e da coordenação motora. Muitas vezes, as pessoas não se apercebem que têm as capacidades alteradas.

O que fazer depois?

Pensar no planeamento da assistência inicial a vítima no local do acidente; assim como no hospital que realizará as primeiras intervenções diagnósticas e/ou terapêuticas; na transferência do paciente para um centro de tratamento definitivo, quando se torne necessário, e também na fase de reabilitação.

O Politraumatizado
O traumatizado deve ser considerado como um paciente prioritário, pelo grau de gravidade, pois pode ter suas funções vitais deterioradas num curto período de tempo, uma vez que o trauma grave frequentemente produz lesões em vários órgãos dependendo do mecanismo do acidente e da região anatómica do organismo que foi atingida.


Etapas Críticas

1º) Segundos e até minutos após o acidente. São mortes causadas por lacerações no tronco cerebral, medula espinal alta, lesões da aorta e ou grandes vasos com sangramento profuso.

2º) Variam de minutos a algumas horas após o acidente...Estas mortes são causadas principalmente por, hemopneumotórax, lesões de fígado, de baço e fracturas pélvicas com sangramento intenso. Estes são chamados pacientes potencialmente salváveis, isto é, seriam salvos se beneficiados por um sistema de atendimento pré-hospitalar adequadamente planeado e regionalizado.

3º) Este período é considerado dias ou semanas após o trauma. São decorrentes de infecções ou falências orgânicas. Esta fase está comprometida pela qualidade do atendimento inicial prestado.


Atendimento Pré – Hospitalar

O atendimento pré- hospitalar compreende três etapas:
  • Atendimento na cena do acidente;
  • Transporte rápido e com segurança até hospital;
  • Chegada no hospital.
Uma assistência adequada e qualificada é fundamental para o paciente chegue ao hospital com vida. Estatísticas norte americanas revelam que metade dos acidentes e de números de óbitos registados revela que 50% dos óbitos poderia ser evitado se tivesse um atendimento adequado.


Atendimento Inicial

O traumatizado, como já foi mencionado, deve ser considerado um paciente potencialmente grave, por isso, o atendimento inicial torna-se prioritário, seguindo uma sequência lógica centrada na estabilização dos sinais vitais da vítima. Portanto a primeira abordagem deve ser realizada num hospital especializado e equipado, para a estabilização do paciente, sob o ponto de vista de materiais e acima de tudo, pessoal competente e qualificado para um atendimento adequado.


Planeamento

A fase do planeamento é fundamental para o sucesso da intervenção e deve existir, antes mesmo que o acidente aconteça. A equipa de intervenção, no ambiente pré-hospitalar e hospitalar, deve estar preparada sob o ponto de vista de equipamentos e acima de tudo de recursos humanos disponíveis. Na maioria das vezes não podemos prever quando irá acontecer uma catástrofe ou mesmo um grande acidente, envolvendo muitas vítimas, por isso o planeamento inclui conhecer os recursos disponíveis para se obter ajuda, principalmente no que diz respeito à equipa de intervenção.


Triagem

A triagem é baseada na necessidade de restabelecimento dos sinais vitais da vítima e as condições do hospital que irá proceder tal tratamento. Portanto, a primeira triagem dá-se na cena do acidente e é de responsabilidade da equipa de intervenção pré-hospitalar e mais tarde no ambiente hospitalar:

  • Pré – hospitalar: Quando o número de vítimas excede as condições de transporte da cena do acidente até o hospital, é de responsabilidade desta equipe triar os pacientes que deverão receber o primeiro atendimento, prioridade para transferência e qual hospital mais indicado para tratar as lesões.
  • Quando o número de vítimas superar as condições do hospital para onde foi transportado, sob o ponto de vista de recursos humanos e materiais, os pacientes deverão ser triados, pela equipe do trauma, para serem submetidos ao atendimento inicial e tratamento definitivo ou possível transferência;
  • Mobilizar outros hospitais para o recebimento das vítimas do acidente;

Avaliação primária

A avaliação inicial deve identificar lesões que comprometem a vida do paciente e, concomitantemente, estabelecer condutas para a estabilização dos sinais vitais e tratamento destas anormalidades.

A- Abordagem das vias aéreas, com imobilização de coluna cervical;
B- Controle da respiração e ventilação;
C- Circulação e controle de hemorragias;
D- Avaliação neurológica; AVDI
E- Exposição completa do paciente e medidas para evitar hipotermia.

A) Vias Aéreas com Controle da Coluna Cervical:

A avaliação inicial deve identificar rapidamente sinais sugestivos de obstrução de vias aéreas, através da inspecção da cavidade oral e observação de alguns sinais que possam indicar hipóxia e obstrução:
  • Agitação motora - sugere hipóxia;
  • Sonolência - sugere Hipercabia;
  • Cianose – sugestivo de hipóxia;
  • Sons anormais (roncos) - obstrução da faringe;
  • Disfonia - obstrução de laringe.
Concomitante à estabilização das vias aéreas deve-se proceder ao exame da integridade da coluna cervical, através do exame físico, neurológico e sinais sugestivos de lesão nesta estrutura, e associar os achados ou ausência de sinais com mecanismo de trauma. As manobras realizadas não podem converter uma fractura estável numa lesão com comprometimento neurológico.

Regra: Todo paciente com múltiplos traumatismos, com lesões aparentes acima das linhas claviculares e, especialmente, com alteração do nível de consciência, deve ser considerado como portador de lesão em coluna cervical.

B) Respiração e Ventilação:
A permeabilidade das vias aéreas não garante uma ventilação satisfatória do paciente, para isso é fundamental um adequado funcionamento do tórax, pulmões e diafragma. Algumas situações podem comprometer a ventilação, a saber:
  • Pneumotórax Hipertensivo;
  • Contusão pulmonar;
  • Pneumotórax aberto;
  • Hemotórax maciço.
C) Circulação com Controles de Hemorrogia:

A hipovolemia com consequente choque hemorrágico é a principal causa de morte em paciente traumatizados. Alguns parâmetros são fundamental importância na avaliação inicial e determinação da hipovolemia:
  • Pulso;
  • Cor da pele;
  • Enchimento capilar;
  • Pressão arterial;
  • Pressão de pulso;
  • Sudorese.
D) Avaliação do Estado Neurológico:

Uma rápida avaliação do padrão neurológico deve determinar o nível de consciência e a reactividade pupilar do traumatizado. A escala de coma de Glasgow pode ser usada na cena do acidente e numa avaliação secundária:
A- Alerta:
V- Resposta ao estimulo verbal;
D- Responde a estimulo doloroso
I- Inconsciente.

E) Exposição do Paciente com Controle de Hipotermia:

O paciente traumatizado deve ser completamente despido de suas vestes para facilitar o exame completo e a determinação de lesões que podem representar risco de morte.
A protecção do paciente contra hipotermia é de suma importância, pois cerca de 43% dos pacientes desenvolvem este tipo de alteração durante a fase de atendimento inicial, com redução de 1ºC a 3ºC, comprometendo o tratamento por aumentar a perda de calor.
Alguns factores que predispõe o traumatizado a desenvolver hipotermia:
1) Edema e hipoglicemia são factores que comprometem a produção de calor;
2) Trauma associado à intoxicação por álcool ou drogas tem maior perda de calor;
3) Trauma craniano pode comprometer o centro termorregulador;
4) Infusão de líquidos não aquecidos durante a fase de restabelecimento dos sinais vitais;
5) Tempo de exposição em ambiente frio, molhado, e outras condições que podem provocar hipotermia;
6) Uso prolongado de roupas molhadas.
Outro importante aspecto a ser pesquisado na avaliação primária é o mecanismo do trauma, que muito facilita na determinação das lesões. Sempre que houver condições deve-se questionar com a vítima, familiares ou equipas de intervenção pré-hospitalar sobre qual foi o tipo de acidente. A resposta obtida permite uma associação com possíveis lesões, algumas estão descritas a seguir:

Mecanismos de Trauma e Possíveis Lesões

Impacto Frontal

  • Lesão de coluna cervical;
  • Lesão de tórax;
  • Contusão cardíaca;
  • Pneumotórax;
  • Transsecção de aorta;
  • Lesão de fígado e/ou baço;
  • Lesão de joelho e/ou quadril;
  • Lesão de punho, cotovelo, joelho, quadril;
Impacto na Lateral do Veículo

  • Fractura de coluna cervical;
  • Lesão contra lateral do tórax;
  • Lesão lateral do tórax;
  • Pneumotórax;
  • Ruptura traumática da aorta;
  • Ruptura do diafragma
  • Lesão de fígado ou baço (dependendo do lado do impacto);
Projecção para fora do Veículo:

Aumenta significativamente o padrão das lesões, expondo o paciente a um maior risco de morte pela associação de um grande número de mecanismos de lesões.

Falta de Cinto de Segurança

  • Lesão torácico abdominal;
  • Lesões de crânio, face, coluna cervical;
  • Projecção do veículo.
Impacto na Traseira do Automóvel

  • Fractura da coluna cervical.
Embater com o carro a 60 Km/h, é como cair de um prédio de quatro andares. A 80 Km/h, o impacto equivale a uma queda livre de 25 metros. Mesmo a 20 Km/h, o impacto equivale a uma força superior até 15 vezes o peso da pessoa.


Como prevenir os acidentes?

Algumas medidas para prevenir os acidentes são:
1) Respeitando o código da estrada
2) Não consumindo bebidas alcoólicas
3) Mantendo a distância de segurança
4) Fazendo revisões periódicas ao veículo
5) Descansando periodicamente e não utilizando telemóvel a conduzir.
6) Usar cinto de segurança e capacete (este em caso de conduzir motos)
  • A distância de segurança: deverá ser (no mínimo) igual à distância de travagem (distância total percorrida durante o tempo de reacção e o tempo de travagem efectivo)
  • Redobrar os cuidados, se o folheto informativo do medicamento contiver algum dos seguintes avisos: “Este medicamento pode causar sonolência e pode aumentar os efeitos do álcool” ou “Este medicamento pode afectar a vigilância mental e/ou a coordenação motora”.



2 comentários:

  1. Bom post, nos somos un escritorio espanhol especializado en acidentes de viaçao. He visto otro escritorio portugues especializado en acidentes como nos: http://rpassociados.com/ .

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  2. Bom post, nos somos un escritorio espanhol especializado en acidentes de viaçao. He visto otro escritorio portugues especializado en acidentes como nos: http://rpassociados.com/ .

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