A lesão do desportista é o resultado da sua participação no desporto, podendo levar a certas consequências como redução total ou parcial das actividades desportivas, necessidade de orientação médica, ou tratamento bem como influências na vida económica e social.
As lesões são classificadas em:
- Lesões agudas (resultantes de um acidente desportivo)
- Lesões de sobrecarga (em consequência da repetição de traumatismos)
Os factores de risco de contracção de uma lesão desportiva podem ser classificados em:
- Factores Intrínsecos (factores inerentes ao praticante)
. Idade
. Sexo
. Condição física
. Desenvolvimento motor
. Alimentação
. Factores psicológicos
- Factores Extrínsecos (factores exteriores ao praticante)
. Aspectos de execução técnica de cada modalidade (cada modalidade tem os seus gestos técnicos, logo lesões específicas)
. Tipo de equipamento (existem calçados diferentes para determinados pisos)
. Organização do treino e da competição (cargas de treino desajustadas aos seus praticantes)
. Condições físicas envolventes (ex: piso molhado num jogo de basquetebol ou buraco na relva num jogo de futebol)
. Condições climatéricas (ex: elevada humidade relativa do ar, onde irá haver uma maior transpiração do desportista)
Causas
Uma lesão causada pelo desporto deve-se a métodos de treino incorrectos, anomalias estruturais que forçam certas partes do corpo mais susceptíveis, onde o desgaste crónico é a causa de muitas destas lesões. Níveis altos de competição correspondem a níveis altos de lesão; a fadiga e o sono, juntamente com maus hábitos alimentares, são factores de risco de lesão; os desportos de contacto são desportos de alto risco de lesão; os iniciados no desporto aos quais são pedidos altos níveis de execução e coordenação estão mais sujeitos a risco de lesão.
Anomalias estruturais
As anomalias estruturais podem levar a graves lesões, exclusivamente por um esforço desigual de várias partes do corpo. Por exemplo, quando as pernas são desiguais em comprimento, exerce-se uma força maior sobre a anca e o joelho da perna mais comprida. Habitualmente, correr pelos lados de caminhos com desníveis tem o mesmo efeito; pisar repetidamente com um pé a superfície um pouco mais elevada aumenta o risco de dor ou lesão nesse lado do corpo. A pessoa que tem uma curva exagerada da coluna vertebral pode sentir dor de costas quando faz girar um objecto. Mesmo assim, o factor determinante que causa a maioria das lesões do pé, perna e da anca é a rotação dos pés para dentro depois do contacto com o solo, colocar devidamente o pé no solo evita muitas lesões, dado que ajuda a distribuir a força por todo o pé.
Diagnóstico
Para diagnosticar uma lesão desportiva, o médico procura saber o local e o modo como ocorreu a mesma e o tipo de actividades que a pessoa desempenhou recentemente ou que desempenha regularmente. O médico examina assim a zona em que incidiu a lesão, e o paciente, consoante os resultados, pode ou não ser enviado para um especialista para efectuar outros exames como o TAC ou a ressonância magnética.
Prevenção
O aquecimento antes de iniciar o exercício é a prevenção mais importante que se pode ter, exercitar calmamente durante 3 a 10 minutos aquecem os músculos o suficiente para os tornar mais flexíveis e resistentes às lesões. Os estiramentos, dentro do aquecimento, são igualmente importantes, pois alongam os músculos de tal forma que se podem contrair mais eficazmente, funcionando melhor, e devem ser realizados no fim do aquecimento de corrida ou do exercício. Cada estiramento deve ser suficientemente cómodo para se conseguir contar pelo menos 10 segundos.
O tipo de calçado é também um factor determinante na prevenção das lesões, pois um calçado que não se ajuste ao pé, pode facilmente conduzir a entorses.
Tratamento
Depois de uma lesão, imediatamente deve ser preciso repouso, a aplicação de gelo (faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, ajudando a limitar a inflamação e a reduzir a dor e o inchaço), ligar a parte lesionada com fita adesiva ou uma ligadura elástica (compressão) e elevação. Uma bolsa de gelo pode ser colocada numa toalha em cima da zona lesada durante 10 minutos. Uma ligadura elástica pode envolver, sem apertar, a bolsa de gelo e a zona lesada. A zona lesada deve manter-se elevada, mas o gelo deve ser retirado ao fim dos 10 minutos, com uma nova aplicação ao fim de algum tempo durante outros 10 minutos e assim sucessivamente durante 1 ou 2 horas. Este processo pode repetir-se várias vezes durante as primeiras 24 horas.
Posteriormente a pessoa deverá ser levada a um médico fisioterapeuta, que poderão aplicar frio, calor, electricidade, ultra-sons ou estabelecer a prática de um plano de reabilitação. Aconselha-se também o uso de palmilhas especiais para o calçado ou outros acessórios ortopédicos. A duração da terapia física vai depender do grau de gravidade e complexidade da lesão.
A actividade ou o desporto que causou a lesão devem ser evitados até a lesão desaparecer. A substituição por actividades que não forcem a zona lesionada é preferível à abstenção de toda a actividade física, dado que a inactividade completa cause a perda de massa muscular, força e resistência.
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